Por que o orgulho é tão grande?
Por que ele me sufoca desse jeito? É meu melhor amigo e me faz passar por cima
das pessoas e dos meus próprios sentimentos. Ele não se importa comigo. Eu, por
outro lado, pareço amá-lo, porque não consigo mandá-lo embora. Ele nasceu
comigo e veio pra ficar. Parece que para sempre. Quanto mais eu brigo com ele,
mas ele cresce em mim. Quanto mais eu compreendo algumas coisas, mais ele acha
que sabe tudo e continua permanecendo ao meu lado. Mas, o que eu não entendo é
por quê? Se ele parte meu coração e me impossibilita conquistar tantas coisas
belas. Quantas vezes as coisas seriam diferentes se tivesse passado por cima do
meu orgulho? Quantas brigas eu teria evitado? Quantas pessoas eu teria amado?
Eu não sei. E nunca vou saber enquanto ele estiver em mim. E como, como
mandá-lo embora quando ele já é uma parte tão grande da minha própria
identidade? Ele e eu somos tão íntimos, tão próximos, tão um. Nem me reconheço
sem ele. Viver sem ele é como perder uma parte de mim. Será que a felicidade
exige esse tipo de abandono? Abandonar a si mesmo, para poder construir algo
melhor? Sinceramente, não sei se vale a pena se perder de si mesmo.
domingo, 26 de maio de 2013
sábado, 25 de maio de 2013
Sentimentos desconexos
Olhos fixos miravam numa imagem sorridente. Um coração
acelerado cujos saltos revelavam aflição. Dor. Partida. E reconstrução. Diante
de desafiadores dias insólitos. Uma bandeira flamejando ao vento era consolo
pela lembrança do sonho que representara. Mas havia outros sonhos. Tantos que
não cabiam só naquele mundo. Era preciso coragem para saber aonde ir. E onde
ir? Em frente. Para o alto. Para si. Uma boa xícara de café quente parece um
bom lugar. Mas o frio aparece. Congela. Gela. Inclusive um doce coração. O
mesmo que saltava. Um problema resolvido por um olhar que mira um sorriso.
Sorriso nutrido por palavras simples ditas. Omitidas. Nas entrelinhas, uma
resposta. E duas mãos dadas, sob o caos urbano.
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