domingo, 26 de maio de 2013

Orgulho e identidade

Por que o orgulho é tão grande? Por que ele me sufoca desse jeito? É meu melhor amigo e me faz passar por cima das pessoas e dos meus próprios sentimentos. Ele não se importa comigo. Eu, por outro lado, pareço amá-lo, porque não consigo mandá-lo embora. Ele nasceu comigo e veio pra ficar. Parece que para sempre. Quanto mais eu brigo com ele, mas ele cresce em mim. Quanto mais eu compreendo algumas coisas, mais ele acha que sabe tudo e continua permanecendo ao meu lado. Mas, o que eu não entendo é por quê? Se ele parte meu coração e me impossibilita conquistar tantas coisas belas. Quantas vezes as coisas seriam diferentes se tivesse passado por cima do meu orgulho? Quantas brigas eu teria evitado? Quantas pessoas eu teria amado? Eu não sei. E nunca vou saber enquanto ele estiver em mim. E como, como mandá-lo embora quando ele já é uma parte tão grande da minha própria identidade? Ele e eu somos tão íntimos, tão próximos, tão um. Nem me reconheço sem ele. Viver sem ele é como perder uma parte de mim. Será que a felicidade exige esse tipo de abandono? Abandonar a si mesmo, para poder construir algo melhor? Sinceramente, não sei se vale a pena se perder de si mesmo.

sábado, 25 de maio de 2013

Sentimentos desconexos

Olhos fixos miravam numa imagem sorridente. Um coração acelerado cujos saltos revelavam aflição. Dor. Partida. E reconstrução. Diante de desafiadores dias insólitos. Uma bandeira flamejando ao vento era consolo pela lembrança do sonho que representara. Mas havia outros sonhos. Tantos que não cabiam só naquele mundo. Era preciso coragem para saber aonde ir. E onde ir? Em frente. Para o alto. Para si. Uma boa xícara de café quente parece um bom lugar. Mas o frio aparece. Congela. Gela. Inclusive um doce coração. O mesmo que saltava. Um problema resolvido por um olhar que mira um sorriso. Sorriso nutrido por palavras simples ditas. Omitidas. Nas entrelinhas, uma resposta. E duas mãos dadas, sob o caos urbano.