sábado, 31 de agosto de 2013

Apenas o amanhã dirá

         Andava lentamente, tentando se aquecer. O sol brilhava forte, alto. Ainda assim, fazia um frio terrível. Então, ela o avistou descendo uma colina. Quando o vira pela última vez mesmo? Não podia ter certeza da data exata, mas lembrava que havia churros deliciosos naquele dia.
         Ele estava a sua frente, a alguns passos. Ela prosseguiu no seu ritmo, quase certa que seus caminhos se cruzariam. E se cruzaram. Numa geografia distorcida (ou será o tempo ou talvez a distância?), ele a viu passar metros adiante e se precipitou. Moça. E ela voltou, não apenas a face para o rapaz, mas o coração cuja existência já desconhecia.
     Caminharam por um tempo se re-conhecendo. Ele não se lembrou dela. Entretanto, ela recordava de momentos que ele nem imaginava terem existido. Pela primeira vez, estava sendo vista. E mais que isso: ouvida.
      A moça não conseguia escolher palavras quando aquele sorriso a encarava. Francamente, ela mal conseguia andar. Estava desnorteada por aquele encontro inesperado. Ele era mais do que imaginado. Sua natureza parecia pura, entretanto misteriosa. Quem era ele? Podia ser isso o que mais a fascinava.
        Se despediram com um abraço apertado como dois velhos amigos. Até amanhã. Era o que parecia estar nas entrelinhas. Mas quanto tempo duraria o amanhã?
         O rapaz se virou, cansado, e partiu. A moça se virou e sorriu.

A mente vaga

Folha a folha
Florescem as árvores

Cantam  os pássaros
Nas manhãs de sábado
Frias
Sono-lentas

Dias recheados de sorrisos
Sorrisos feitos de lágrimas
Mas sem dor
Secos
Como o sentimento

Pensamentos fluíam...

A noite tem luar
Mas não há brilho

domingo, 11 de agosto de 2013

Beirut - Elephant Gun



"If I was young, I'd flee this town
I'd bury my dreams underground (...)
Far from home, elephant gun
Let's take them down one by one"

sábado, 3 de agosto de 2013

Queda ou voo?


        Palavras me trouxeram até aqui. E, no entanto, nenhuma pode me salvar. "O medo é uma ilusão", certa vez ouvi em um filme. Mas, às vezes, ele parece tão real. Chega a doer mais saber que o chão está próximo, do que encontrá-lo. 

        Então, você se dá conta que não precisa do medo. Tantas coisas se passaram. O tempo passou. Você se metamorfoseou e agora tem asas. Veja, você pode voar! Longe ou próximo ao chão, bata suas asas, sem pressa. E voe. O medo é mesmo uma ilusão. Eu sou real.

Portas trancadas

           O que mais me fascina na vida é a capacidade que ela tem de nos surpreender, de nos fazer acordar do sono profundo que vivemos na maior parte do tempo. Às vezes, a vida nos trás lições. E o que você faz? Ignora os sinais ou toma a frente das ações? Você tem escolhas. Sempre tem. E a lição é: não abra a porta para estranhos.

Acordei Bemol - Paulo Leminski

acordei bemol
tudo estava sustenido
sol fazia
só não fazia sentido

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Tremores

                    Quando todas as evidências apontam em uma direção e sua própria consciência consegue acompanhar a lógica da coisa, será que tudo que resta é uma obra fatalista?