Há algum
tempo venho sacrificando a mim mesma em prol de ser uma adulta. Demorei um
tempo para perceber isso. Mas um dia eu parei, olhei bem para mim mesma e pensei
em quanto eu havia mudado. Me orgulhei do meu “amadurecimento” por um tempo,
mas a verdade é que nem tudo foram flores. Onde estavam meus momentos de
abstração? De sonhos sem sentidos? De imaginar situações loucas? De imaginar
dramas pessoais que me levam a uma catarse? Cadê o momento choro-purificação
semanal? Cadê as danças noturnas no pijama? Onde está o momento de ouvir o
barulho das folhas secas sob os pés? Onde estava cada pequena coisa que me
fazia eu, pelo menos para mim. Era como se eu fosse só um corpo, cumprindo suas
tarefas. Uma casca oca. Muitas coisas precisaram acontecer para eu perceber o
quão perdida eu estava (e ainda estou). E tentar retomar cada pequena ação
diária que faz eu me sentir tão bem. É engraçado pensar isso porque com toda
essa febre de signo, eu diria que é contra minha natureza pisciana não sonhar,
não me abstrair da realidade. Eu diria isso, claro, se eu acreditasse nisso.
Talvez tenha sido um processo de adaptação a novas realidades,
responsabilidades, a aprender a lidar com a solidão de ser um humano.
The reborn begins from inside.
ResponderExcluirVoe Moon
Teu alar é tua alma